1 ANO DE QUÉBEC

Sim, passou muito rápido e cá estamos nós registrando nosso primeiro níver pós Landing.
Gente é difícil colocar em palavras tudo que vivenciamos durante este período.
Muitas foram e são as dificuldades, mas as conquistas são em maior número certamente....
Se tivesse que passar por tudo de novo, passaria sem sombra de dúvidas.
Pra quem é cristão e conhece a história da saída do povo judeu no cativeiro, na época do Egito, me entenderá.... Aqui, nossa trajetória de peregrinação é real, a Canaã existe, mas temos sempre conquistas a realizar e nos adaptar constantemente.
Passamos por situações que nos botam em "cheque", conosco mesmo, com o nosso parceiro e com nossos filhos. É tanta pressão, de todos os lados, que se a cabeça não estiver bem centrada e com o rumo bem traçado, dá pra fraquejar... A cobrança pessoal, é a pior, mas a falta de um trabalho, causando a perda de autonomia e a cobrança por retomar a carreira também são hiper fortes...  Mas pra tudo isso existe solução, desde que desenvolvamos a paciência, a determinação, foco e muito joelhinho no chão.
Aqui, eu aprendi a fazer dos estudos quase que uma profissão, como no Brasil, a galera que estuda pra concurso público... é assim... Durezaaa!!! Sempre perseguindo, no meu caso, a perfeição no Francês.
Eu gosto de estudar, sempre estudei, tenho duas formações, duas Pós... Mas também amo trabalhar, aí é complicado, porque, no nosso caso o "pulo do gato", dependerá da minha volta pra minha área profissional. Quando eu conseguir ganhar o que marido já está ganhando, aí será só correr pro abraço, rsrsr. Sério, não ficaremos RICOS, mas viveremos com o conforto que buscamos.
Como estou disposta a pagar o preço da jornada, vou colocar a "viseira de cavalo", sabem qual é? Pois então, o cavalo a usa pra não se dispersar olhando para os lados, perdendo o foco...

Amo esta Ville, mas sei que ainda falta ver muitas outras por este país. Sei, com certeza, que aqui é onde sempre quis estar, digo o país Canadá.
Não sinto falta do BR, só da família. Demorei muitos anos pra conseguir sair de lá definitivamente, não sinto que pertencia àquele lugar. Acho que por não podermos escolher onde nascemos temos o direito e dever de escolher onde viver, mas deve-se assumir o compromisso de lutar contra o comodismo durante esta busca. Pois, o caminho mais fácil provavelmente é o que menos nos trará crescimento e realizações pessoais.
Para mim, digo com toda convicção, aprendi lições que só me tornaram um ser humano melhor. Aprendi  a amar ainda mais meu marido e filhos. Admiro a coragem deles de me seguirem nesta caminhada onde eles tbm são posto a provas  e desafios, todos os dias. Mas não tem preço, ver seu filho e filha falando inglês e francês fluentemente, adquirindo valores sociais essenciais, que no nosso país de origem são tidos como "coisas de bobos", como cortesia, educação, gentilezas, respeito, honestidade, comunidade, empatia... Desculpa se alguém discorda de como funciona  a TERRINHA, eu cresci numa cidade que a prática do "deixa pro outro", "alguém fará", "jeitinho...", caraca, detesto esta cultura do "jeitinho"... Desculpa , mas queria algo melhor pra mim e para os meus filhos. Queria um lugar em que tudo que não se respeita por lá fosse real e praticado sem acharem que vc é "boboca", por estar seguindo as regras.
Aqui não é PERFEITO MESMO, mas QUASE...
Hoje ratifico minha decisão de imigrar, viemos sem fantasias, sabíamos o que nos aguardava, uns 5 anos de muita ralação e recuperação do que financeiramente e de infra estrutura, deixamos pra trás.
Mas, viemos pra ficar e fincar nossas raízes, então pra que pressa e ansiedade, vamos nos reconstruir e certamente colheremos frutos muito mais doces e abundantes do que teríamos se permanecêssemos onde estávamos.
Agradeço a minha mãe, MUITOOO, aos poucos, QUERIDOS e IMPORTANTES  amigos que fazem parte desta jornada.
VALEU, VALE E VALERÁ sempre a pena VIVER O QUE SE DESEJA VIVER.
Abçssss...