Nova estação, novos desafios

Olá, continuando a viver nossas aventuras em terras montrealais...

Nossos filhos estavam estudando na mesma escola desde que chegamos. Uma excelente escola pública secundária, perto de casa. Mas, como cada um é cada um, nossa filha nos pediu para voltar a estudar em uma escola da nossa denominação religiosa. Ela sentia falta do acolhimento, de estar com outros adolescentes que acreditam no que ela acredita, da relação mais próxima com os professores... Numa escola grande, como a que ela estava, fica muito difícil ajustar esta relação.
Bem, comecei a correr atrás e, mesmo estando no mesmo bairro a mais de 1 ano, não poderia imaginar que existia uma escola Adventista na mesma rua da escola que ela estudava, apenas no outro sentido. Então, tendo conhecimento do quão importante era esta mudança para a felicidade da minha filha, fui rapidamente a nova escola buscar informações.
Meu coração estava angustiado, pois sabia que uma mudança dessa (sair de escola pública para privada) representava mais uma despesa elevada para nossa atual situação. Mas, confiando em Deus, fui à escola e para minha surpresa, logo que entrei veio em minha direção uma colega da mesma igreja que frequentamos aqui. Ela é professora de música na escola e me ajudou em tudo (falar com o tesoureiro, com a diretora e me até levou para um tour na escola). Fiquei muito feliz com o que vi.
No dia seguinte voltei com minha filha, para mostrar a ela a escola e apresentar as pessoas maravilhosas que conheci lá. Eu ainda estava apreensiva se ela gostaria pois a escola é bem pequena comparada à anterior. Mas o melhor de tudo é que o valor da mensalidade caberia no nosso budget mensal. Outra incrível descoberta é que ela poderia começar já neste mês de outubro.

Marido fez as contas e deu o aval final e na mesma semana estava tudo pronto e ela pode começar a estudar na nova escola.
Amamos vê-la feliz e recuperando, aos poucos as coisas que caracterizam cada um de nós.
Ela sempre estudou em Escola Adventista, então aqui ela se esforçou o máximo, fez o melhor e passou da classe de accueil para a classe do secondaire 2. E nos pediu para voltar a estudar em inglês, apesar de não ter problema com o francês.

Já meu filho está todo feliz e bem adaptado à escola, adora os amigos que fez lá.

Então, pais que amamos nossos filhos, precisamos ponderar sobre as necessidades individuais de cada um. Querer que nossos filhos sejam iguais e que se desenvolvam da mesma forma é no mínimo crueldade.
Mesmo com todas as problemáticas que a emigração e a adaptação à nova vida nos obriga a passar, nossas prioridades não podem excluir o bem-estar emocional e psicológico individuais dos nossos filhos. As escolhas de mudanças foram nossas não deles. Muitas dificuldades suportamos porque para nós, adultos, é muito mais fácil focar nos objetivos, pois o enxergamos a médio e longo prazos e temos um conhecimento global do que queremos e do preço que temos que pagar. Conseguimos traçar as alternativas, nós vivemos de olho no futuro. O adolescente é o oposto, vive intensamente o PRESENTE e bem embaçado vislumbra o futuro. Cabe a nós pais, fazermos a adaptação de tudo isso, buscando ao máximo preservá-los dos transtornos destas situações que foram inseridos, por nós, visionários e desbravadores das terras Gélidas.

Marido, nestes últimos 2 meses, também estava numa empreitada. Quando você chega ao Canadá, persegue, desesperadamente, o primeiro emprego. E nem sempre é na empresa dos seus sonhos, ganhando o que precisamos. Então, depois do primeiro ano é necessário ir a caça mais uma vez de outra oportunidade mas com uma certa vantagem de não ser mais o primeiro emprego nem o desespero de estar sem emprego. Pois marido nem precisou caçar, ele foi caçado.
Dica para os futuros moradores das terras Gélidas: LinkedIN ATUALIZADO, sempre! Aqui esta ferramenta será sua maior amiga.
Estamos muito felizes por estas conquistas. A empresa que ele vai trabalhar é um braço da Microsoft aqui no Canada. Ele está super entusiasmado por voltar a uma empresa de "Ponta" na área dele, pois no Brasil ele estava numa grande empresa de TI.

Euzinha, estou num curso muito bom de francês escrito voltado pra área da saúde e preparatório para as provas que tenho que fazer.
Adoro ter tempo pros meninos, bichos, marido e ainda estudar... Viver aqui nos possibilita uma qualidade de vida que para nós suplanta todas as dificuldades que enfrentamos e permite que acreditemos que podemos realizar os projetos pessoais mais difíceis.

Até mais amigos e bom finde.